Terapia fotodinâmica no combate à COVID-19

A idéia é usar a terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT), com recurso a um fotossensibilizador já aprovado (azul de metileno), como uma nova abordagem para o controlo de infeção por COVID-19.

A terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT) é uma abordagem não antibiótica considerada como uma tecnologia nova e promissora no tratamento de infeções microbianas. Combina um fotossensibilizador não tóxico (PS) com luz visível na presença de oxigénio, gerando espécies de oxigênio altamente reativas (ROS) que causam danos irreversivis nos microrganismos. As principais vantagens da aPDT são amplo espectro de ação, baixa probabilidade de indução de resistência e ação rápida. Além disso, os microrganismos multirresistentes (MDR) são tão suscetíveis à aPDT quanto os microrganismos suscetíveis.

Como os principais alvos da aPDT são estruturas externas, como a cápside e o invólucro viral, o PS não precisa entrar no microorganismo, pois a adesão específica a estruturas externas é suficiente para a sua inativação. Esse mecanismo reduz a probabilidade de desenvolvimento de resistência.

Com exceção do uso esporádico da hematoporfirina e do ácido aminolevulínico (ALA) para o tratamento de lesões virais, acne, leishmaniose cutânea, a aplicação rotineira de aPDT para o tratamento de infeções microbianas ainda não está disponível. Embora a hematoporfirina e o ALA sejam utilizados na área clínica, na prática, eles apresentam algumas limitações, como dor associada ao tratamento e tempo de incubação relativamente longos. No entanto, a posição atual relativa à introdução de outros PSs na clínica  sugere corantes fenotiazínicos (como o azul de metileno – MB) como provável candidato. O MB, embora seja o PS mais estudado e possua um amplo espectro de ação microbiana, não possui aprovação clínica para terapia fotodinâmica. O MB tem sido usado para diagnóstico e terapia, sendo considerado seguro.

Embora a aPDT tenha sido utilizado para tratar infecções superficiais localizadas, o recente desenvolvimento de fontes de luz otimizadas para a aplicação antimicrobiana possibilita a aplicação desta tecnologia no tratamento de infeções noutras partes do corpo humano, como nos pulmões.

A Universidade de Aveiro (UA) (parceria entre Departamentos de Biologia e Química) investiu na síntese e avaliação de PSs com amplo espectro de ação, capaz de inativar eficientemente bactérias, incluindo cepas de MDR, endosporos bacterianos, vírus e fungos, tendo uma vasta experiência em aPDT.

Ligações Relevantes

http://www.cesam.ua.pt/adelaidealmeida

https://publons.com/researcher/1199081/adelaide-almeida/metrics/

https://www.scopus.com/authid/detail.uri?authorId=7202913857

https://orcid.org/0000-0002-8422-8664

https://www.ua.pt/qopna/faustino

https://orcid.org/0000-0003-4423-3802

Palavras-chave

Terapia fotodinâmica

Fotossensibilizador

Azul de metileno

Lus visivel

Vírus

COVID-19

Utilizadores Associados

Localização

Aveiro

Entidades

Universidade de Aveiro

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